OBBIO - Observatório da Biodiversidade
A Mata Atlântica é um dos biomas mais biodiversos do planeta, mas infelizmente é um dos mais ameaçados. Compreender o comportamento animal pode contribuir para conservação, sensibilizar as pessoas sobre a importância da conservação e assim evitar a destruição da floresta ou, pelo menos, garantir que o comportamento da espécie seja registrado antes que ela possa se extinguir por alguma razão.
Como resultado, o IPBio – Instituto de Pesquisa em Biodiversidade criou o projeto OBBIO – Observatório da Biodiversidade. Este projeto visa a produção de material audiovisual sobre a biodiversidade dos ecossistemas brasileiros. Os registros são obtidos pelos profissionais do IPBio em suas atividades diárias com uma rede de câmeras de vídeo, incluindo câmeras fixas e armadilhas bushnell, que monitoram fauna e flora 24 horas por dia.
As imagens produzidas pelo projeto OBBIO são utilizadas para pesquisa científica, educação ambiental, produção de documentários, produção de material didático e divulgação do patrimônio natural brasileiro. Ao longo desses anos, o OBBIO conseguiu promover suas filmagens de diversas formas , através da internet, redes sociais, livros, artigos científicos, canais abertos como: Rede Globo, TV Record, SBT, EPTV, TV Tribuna, TV Cultura, TV Gazeta. Através da produtora “Mixer”, nossas imagens foram usadas para produzir um dos episódios do programa “Desafio em dose dupla”, exibido no Discovery Channel.
Atualmente o OBBIO possui uma coleção de 5000 vídeos em alta definição, mais de 15.000 fotos e mais de 100 horas de áudios da natureza. No futuro, esperamos estar atuando em todos os biomas brasileiros.
EXEMPLOS
Chupins
Durante quase 2 anos, os biólogos do IPBio – Instituto de Pesquisas da Biodiversidade investigaram o comportamento do Molothrus bonariensis, mais conhecido como chupim, ave enraizada no imaginário cotidiano como personificação de quem vive melhor à custa dos outros.
Como se sabe, o chupim pratica uma forma de parasitismo pela qual coloca seus ovos no ninho de outra espécie de ave – podendo parasitar ninhos de de 58 espécies de pássaros brasileiros — para que ela os choque e alimente os filhotes depois.
Embora seja largamente conhecido, esse fenômeno nunca havia sido registrado antes em vídeo. Depois de instalar câmeras junto a diversos ninhos, em plena Mata Atlântica intocada, os pesquisadores obtiveram sucesso, registrando o exato momento em que, não uma, mas várias fêmeas de chopim depositam seus ovos em um ninho de tico-tico. Dias depois, as mamães tico-tico já estão alimentando os filhotes de chopim — curiosamente, maiores do que a mãe adotiva.
No ano de 2018, um grupo de pesquisadores: Analía V. López do Departamento de Ecologia, Genética e evolução, Faculdade de Ciências Exatas e Naturais, Universidade de Buenos Aires, Vanina D. Fiorini do Instituto de Ecologia, Genética e Evolução de Buenos Aires (IEGEBA) e Universidade de Buenos Aires – Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas, Kevin Ellison do World Wildlife Fund, Northern Great Plains Program e Brian D. Peer do Department of Biological Sciences, Western Illinois University, que estudam o comportamento das aves entraram em contato com o IPBio para utilizar as imagens produzidas por nossos biólogos para ilustrar o artigo sobre reprodução de chupins, este artigo com o titulo ”Thick eggshells of brood parasitic cowbirds protect their eggs and damage host eggs during laying “ foi publicado na Behavioral Ecology, e também na Science magazine.
O ataque do lagarto
Umas das primeiras imagens que o OBBIO captou, no ano de 2009, foi o ataque do lagarto. Durante o trabalho de monitoramento de ninhos de pássaros da Mata Atlântica, onde os pesquisadores do IPBio estavam monitorando o ninho de Sabia – Laranjeira (Turdus rufiventris) foi possível flagrar o momento em que um Teiú (Salvator merianae) atacou e capturou dois filhotes (ninhegos), no ninho do Sabia – Laranjeira. Apesar de sabermos que isso ocorre constantemente no ambiente natural, pois somos ciente da existência de uma cadeia alimentar, captar imagens deste exato momento é uma tarefa difícil. Este fato foi marcante, pois deu inicio as atividades de produção audiovisual para o IPBio e para o programa OBBIO. Para maiores detalhes assista o vídeo no YouTube.
Hábitos do tatu
O IPBio conseguiu monitorar os hábitos dos tatus na Reserva Betary, encontrando comportamentos incríveis e curiosos como este tatu balnear.
Verme em Anfíbio
Um dos primeiros grupos estudados pelo IPBio na área da Reserva Betary, foram os anfíbios. Durante os estudos de riquezas de espécie (inventário de anfíbios), nos deparamos com vermes andando sob a pele de uma espécie de perereca (Boana albomarginata), se trata de um verme cilíndrico subcutâneo. Ainda não sabemos exatamente qual é relação ecológica que ocorre entre esses dois organismos, tudo indica que se trata de uma espécie de verme ainda desconhecida pela ciência.
PRINCIPAIS REALIZAÇÕES